Não sei bem quando essa necessidade pelo plástico começou. Só sei que depois que o plástico de intensificou nas nossas vidas tudo ficou plástico. É tapauer de todas as cores, tamanhos, formatos e utilidades. É tanto lixo plástico que mandamos até para o espaço. E alguém poderia me explicar o que diabos é a cirurgia plástica? Insatisfeitos com nossos corpos colocamos plástico para gostarmos mais dele. Isso é idolatria ou insanidade?
O pior de tudo é que a possibilidade de usar e jogar fora depois tornou até nós mesmos descartáveis. Zygmunt Bauman que diga, para ele tudo era líquido. Para mim, tudo parece plástico.
Ilustro melhor com uma colcha de retalhos de pensamentos.
Hoje mesmo estava refletindo sobre as convivência humanas. Como convivemos uns com os outros?
Meu marido me disse uma vez que para alguns amor é utilidade. E realmente, o amor pode ser cômodo.
Outra vez, estava visitando um amigo paulistano e percebi que um cacto seria mais útil que a minha presença ali. A amizade pode ser interesseira.
Minha família, certa vez, me disse que se eu não fizesse o que eu eles queriam não precisava mais falar com eles. A família pode ser manipuladora.
O amor, a amizade e a família, que são são pilares de nossas convivencias com o mundo podem ser cômodo, interesseiro e manipulador. Podem usar dessas relações ao belprazer e quiçá depois jogar fora. Isso em sua esfera mais macabra e nefasta. Em sua esfera mais plástica.
Em outro momento, tive a oportunidade de conversar com uma fotógrafa que me disse que se sentia incomodada porque as pessoas não tinham mais sensibilidade. Tudo parecia muito voraz para ela e ela se sentia um espírito livre demais para essas vivencias superficiais e aprisionadas. Ficamos refletindo sobre o quão errado é sentir e que precisamos ter alento ao próximo.
Desse modo, as questões que ficam são: o que nos movimenta? Seriam as relações plásticas ou a delicadeza de olhar o outro?
Essa postagem é um convite a essa reflexão.
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