As juntas da mão de Antônia
Já nem fechavam mais
De tanta louça lavada,
suor escorrido
e lágrimas roladas
Suas digitais sumiram
Seu eu quase se perdeu
Nas marcas do pano sujo que ela estendeu.
Antônia era empregada, só que também era poeta
Por mais que doesse segurar a caneta
Em relances despercebidos
Antônia também escrevia o que imaginava
Coisas sobre o amor e sobre sorte
Coisas que ela jamais encontrara
"As sensações que as pessoas nos trazem
Diz muito sobre elas ou
Diz muito sobre nós?
Como seria alguém que trouxesse paz
E desatasse os nós?"
Escrevia Antônia em guardanapos escondidos
Já eram mais de cem...
Dava até um livro.
Um dia caminhando até o trabalho
Estranhou ao ver um paulistano a cumprimentar
Aparentemente um de seus guardanapos
Saiu voando até o laço de seu sapato
Se estivéssemos lá
Vendo essa cena de fora
Ouveríamos um jazz suave tocando
Uma pipa voando no céu
E enganchando nos fios telefônicos a sua rabiola
Antônia era empregada,
só que também era poeta
E agora apaixonada
Os seus dias ficaram coloridos
Seus guardanapos enfeitados
Seus cabelos bem penteados
E um sorriso a acompanhava sempre de lado
Só que São Paulo não é de ser piedoso
Traga sonhos e gentes com pingado
É um homem arrogante e impetuoso
Com olhos em direção do mercado
O paulistano sumiu nas engrenagens do dia
Antônia desolada...
Fez poesia
Eram com uma melhor definição:
poemas-arte em forma de oração
E foram tantos e tão belos
Que criaram alma
E pernas
E vida
E saíram pela janela
Assim que raiou o dia.
Já nem fechavam mais
De tanta louça lavada,
suor escorrido
e lágrimas roladas
Suas digitais sumiram
Seu eu quase se perdeu
Nas marcas do pano sujo que ela estendeu.
Antônia era empregada, só que também era poeta
Por mais que doesse segurar a caneta
Em relances despercebidos
Antônia também escrevia o que imaginava
Coisas sobre o amor e sobre sorte
Coisas que ela jamais encontrara
"As sensações que as pessoas nos trazem
Diz muito sobre elas ou
Diz muito sobre nós?
Como seria alguém que trouxesse paz
E desatasse os nós?"
Escrevia Antônia em guardanapos escondidos
Já eram mais de cem...
Dava até um livro.
Um dia caminhando até o trabalho
Estranhou ao ver um paulistano a cumprimentar
Aparentemente um de seus guardanapos
Saiu voando até o laço de seu sapato
Se estivéssemos lá
Vendo essa cena de fora
Ouveríamos um jazz suave tocando
Uma pipa voando no céu
E enganchando nos fios telefônicos a sua rabiola
Antônia era empregada,
só que também era poeta
E agora apaixonada
Os seus dias ficaram coloridos
Seus guardanapos enfeitados
Seus cabelos bem penteados
E um sorriso a acompanhava sempre de lado
Só que São Paulo não é de ser piedoso
Traga sonhos e gentes com pingado
É um homem arrogante e impetuoso
Com olhos em direção do mercado
O paulistano sumiu nas engrenagens do dia
Antônia desolada...
Fez poesia
Eram com uma melhor definição:
poemas-arte em forma de oração
E foram tantos e tão belos
Que criaram alma
E pernas
E vida
E saíram pela janela
Assim que raiou o dia.
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